Um bocadinho da história desta grande máquina.
Artigo publicado na revista Zoom, mas agora com mais imagens dos resultados.
Artigo publicado na revista Zoom, mas agora com mais imagens dos resultados.
Franke & Heidecke:
No principio do Sec. XX, um acaso juntou o técnico Keinhold Heidecke a um homem de negócios, Paul Franke. Heidecke. Na altura, era já um mestre artesão e construtor, provado pela sua rápida ascensão na empresa Voigtlander, uma das maiores da altura no mundo fotográfico. Tinha também a reputação de andar sempre com uma maquina fotográfica a trás, normalmente um protótipo, ou a ensaiar alguma inovação. Paul Franke Era um homem de negócios que acreditava em produtos de qualidade, mas não queria ficar parado atrás de uma secretária. A combinação dos seus talentos foi o ideal para a criação de uma pequena empresa.
Em 1920 foi fundada a “Werskstatt fur Finmechanik und Optik – Franke & Heidecke” em Brunswick, Alemanha.
Passados 16 meses da fundação, lançaram a sua primeira câmara fotográfica, a “Heidoskop”. Tratava-se de uma câmara estereoscopica (permitiam visualizar fotografias com um efeito comparável ao 3D actual), cuja fiabilidade e inovações técnicas lançaram o mote para o sucesso futuro da empresa.
No principio do Sec. XX, um acaso juntou o técnico Keinhold Heidecke a um homem de negócios, Paul Franke. Heidecke. Na altura, era já um mestre artesão e construtor, provado pela sua rápida ascensão na empresa Voigtlander, uma das maiores da altura no mundo fotográfico. Tinha também a reputação de andar sempre com uma maquina fotográfica a trás, normalmente um protótipo, ou a ensaiar alguma inovação. Paul Franke Era um homem de negócios que acreditava em produtos de qualidade, mas não queria ficar parado atrás de uma secretária. A combinação dos seus talentos foi o ideal para a criação de uma pequena empresa.
Em 1920 foi fundada a “Werskstatt fur Finmechanik und Optik – Franke & Heidecke” em Brunswick, Alemanha.
Passados 16 meses da fundação, lançaram a sua primeira câmara fotográfica, a “Heidoskop”. Tratava-se de uma câmara estereoscopica (permitiam visualizar fotografias com um efeito comparável ao 3D actual), cuja fiabilidade e inovações técnicas lançaram o mote para o sucesso futuro da empresa.
A Rolleiflex:
Em 1926, com base nas suas câmaras estereoscópicas, Heidecke desenvolveu uma câmara que viria a revolucionar o mundo da fotografia, a Rolleiflex. Bastou o seu sócio, Paul Franke, fazer uma pequena digressão pela Alemanha para esgotar completamente a primeira série de produção. A procura foi tanta que por 1930 a empresa já tinha 800 funcionários.
Na altura do lançamento da Rolleiflex, a maioria dos fotógrafos profissionais e entusiastas que necessitavam de negativos de alta qualidade, viam-se forçados a utilizar uma máquina de grande formato. Que para além de terem uma tamanho e peso considerável, utilizavam chapas fotográficas, o que significa que só podiam tirar uma foto antes de recarregar a maquina. Algumas vezes podia ser um processo muito inconveniente.
Eis que aparece a Rolleiflex, uma máquina compacta, com mecânica fiável e lentes capazes de produzir um negativo com resolução suficiente para satisfazer a maioria dos fotógrafos da época. Ainda tinha a vantagem de utilizar um rolo de filme que permitia várias exposições antes recarregar.
Em 1926, com base nas suas câmaras estereoscópicas, Heidecke desenvolveu uma câmara que viria a revolucionar o mundo da fotografia, a Rolleiflex. Bastou o seu sócio, Paul Franke, fazer uma pequena digressão pela Alemanha para esgotar completamente a primeira série de produção. A procura foi tanta que por 1930 a empresa já tinha 800 funcionários.
Na altura do lançamento da Rolleiflex, a maioria dos fotógrafos profissionais e entusiastas que necessitavam de negativos de alta qualidade, viam-se forçados a utilizar uma máquina de grande formato. Que para além de terem uma tamanho e peso considerável, utilizavam chapas fotográficas, o que significa que só podiam tirar uma foto antes de recarregar a maquina. Algumas vezes podia ser um processo muito inconveniente.
Eis que aparece a Rolleiflex, uma máquina compacta, com mecânica fiável e lentes capazes de produzir um negativo com resolução suficiente para satisfazer a maioria dos fotógrafos da época. Ainda tinha a vantagem de utilizar um rolo de filme que permitia várias exposições antes recarregar.
O que é uma Twin Lens Reflex (TLR):
Ao olharmos para uma Rolleiflex, uma das primeiras coisas em que reparamos é o facto de ter duas lentes, especialmente hoje em dia, quando o mercado esta monopolizado pelas SLR's (Single Lens Reflex).
As duas lentes da Rollei têm funções distintas, a inferior é a que vai expôr o negativo à luz e a superior serve para fazer a focagem e verificar o enquadramento.
Comparando com as SLR, as TLR têm algumas vantagens, como a ausência de um mecanismo para elevar o espelho. O que simplifica a mecânica e reduz as hipotses de a máquina tremer devido ao movimento do espelho, especialmente se considerarmos que os espelhos de maquinas médio formato são enormes. Outra consequência de não haver nenhum espelho a mover, é que a operação da máquina torna-se muito silenciosa. O modo de utilização também é mais discreto que o de uma SLR, pois não é necessário encostar a máquina à cara para efectuar a focagem.
O maior ponto negativo das TLR é o facto de ao usar uma lente para compor a imagem e outra para a fotografar, ambas as lentes não “vêm” o exactamente o mesmo enquadramento, a essa discrepância chama-se erro de paralaxe. A Franke Heidecke minimizou esta falha usando mascaras que se movem consoante a focagem.
Ao olharmos para uma Rolleiflex, uma das primeiras coisas em que reparamos é o facto de ter duas lentes, especialmente hoje em dia, quando o mercado esta monopolizado pelas SLR's (Single Lens Reflex).
As duas lentes da Rollei têm funções distintas, a inferior é a que vai expôr o negativo à luz e a superior serve para fazer a focagem e verificar o enquadramento.
Comparando com as SLR, as TLR têm algumas vantagens, como a ausência de um mecanismo para elevar o espelho. O que simplifica a mecânica e reduz as hipotses de a máquina tremer devido ao movimento do espelho, especialmente se considerarmos que os espelhos de maquinas médio formato são enormes. Outra consequência de não haver nenhum espelho a mover, é que a operação da máquina torna-se muito silenciosa. O modo de utilização também é mais discreto que o de uma SLR, pois não é necessário encostar a máquina à cara para efectuar a focagem.
O maior ponto negativo das TLR é o facto de ao usar uma lente para compor a imagem e outra para a fotografar, ambas as lentes não “vêm” o exactamente o mesmo enquadramento, a essa discrepância chama-se erro de paralaxe. A Franke Heidecke minimizou esta falha usando mascaras que se movem consoante a focagem.
Rolleiflex 2.8A:
O modelo que ilustra este artigo é uma Rolleiflex 2.8A, também conhecida por K7A. Lançada para o mercado em 1949, esta foi a primeira Rolleiflex a ter uma lente capaz de abrir a 2.8 para expor o negativo.
Infelizmente a produção deste modelo não correu sem percalços, a Segunda Guerra Mundial tinha acabado à pouco tempo e qualquer empresa alemã tinha enormes dificuldades em restabelecer uma produção normal.
Verificou-se que as primeiras Rolleis deste modelo a sair da fábrica tinham uma performance muito inferior ao esperado, isto foi devido à lente fabricada pela Carl Zeiss Jena. O que obrigou a Franke Heidecke a recolher as máquinas e substituir a lente por uma fabricada pela Zeiss Oberkochen.
Este modelo, à semelhança de outras Rolleiflexes, possui algumas características interessantes como o detectar automaticamente o inicio do filme, prevenção contra a dupla exposição e a alavanca de avanço do filme também arma o obturador. Funções que hoje em dia consideramos obrigatórias mas que na altura trouxeram reconhecimento à Franke Heidecke e tornaram a Rolleiflex na ferramenta de trabalho preferida de muitos fotógrafos.
O modelo que ilustra este artigo é uma Rolleiflex 2.8A, também conhecida por K7A. Lançada para o mercado em 1949, esta foi a primeira Rolleiflex a ter uma lente capaz de abrir a 2.8 para expor o negativo.
Infelizmente a produção deste modelo não correu sem percalços, a Segunda Guerra Mundial tinha acabado à pouco tempo e qualquer empresa alemã tinha enormes dificuldades em restabelecer uma produção normal.
Verificou-se que as primeiras Rolleis deste modelo a sair da fábrica tinham uma performance muito inferior ao esperado, isto foi devido à lente fabricada pela Carl Zeiss Jena. O que obrigou a Franke Heidecke a recolher as máquinas e substituir a lente por uma fabricada pela Zeiss Oberkochen.
Este modelo, à semelhança de outras Rolleiflexes, possui algumas características interessantes como o detectar automaticamente o inicio do filme, prevenção contra a dupla exposição e a alavanca de avanço do filme também arma o obturador. Funções que hoje em dia consideramos obrigatórias mas que na altura trouxeram reconhecimento à Franke Heidecke e tornaram a Rolleiflex na ferramenta de trabalho preferida de muitos fotógrafos.
Utilização:
Não é por esta máquina ter a idade respeitável de 60 anos, nem por se tratar de um modelo menos comum, que se vai tornar apenas numa peça de colecção. Muito pelo contrário, desde que a recebi, provavelmente tem sido a máquina que tenho usado mais. A construção desta máquina é robusta o suficiente para que sejam necessárias apenas umas afinações e limpezas ocasionais para continuar 100% operacional
Como quase todas as máquinas da altura, os controlos são inteiramente manuais (este modelo nem necessita de pilha para operar). Entre as objectivas encontram-se duas roldanas, uma controla a abertura da lente e outra a velocidade do obturador. Do lado esquerdo temos uma maçaneta que controla a focagem o do direito uma alavanca para avançar o filme e armar o obturador. De resto só tem mais uma alavanca para o temporizador e uma tomada PC-Sync pata ligar um flash (mas não possui sapata).
Uma característica única deste modelo é que possui um mecanismo à parte para a velocidade máxima (1/400), o que só permite escolher esta velocidade antes de o obturador estar armado.
Não é por esta máquina ter a idade respeitável de 60 anos, nem por se tratar de um modelo menos comum, que se vai tornar apenas numa peça de colecção. Muito pelo contrário, desde que a recebi, provavelmente tem sido a máquina que tenho usado mais. A construção desta máquina é robusta o suficiente para que sejam necessárias apenas umas afinações e limpezas ocasionais para continuar 100% operacional
Como quase todas as máquinas da altura, os controlos são inteiramente manuais (este modelo nem necessita de pilha para operar). Entre as objectivas encontram-se duas roldanas, uma controla a abertura da lente e outra a velocidade do obturador. Do lado esquerdo temos uma maçaneta que controla a focagem o do direito uma alavanca para avançar o filme e armar o obturador. De resto só tem mais uma alavanca para o temporizador e uma tomada PC-Sync pata ligar um flash (mas não possui sapata).
Uma característica única deste modelo é que possui um mecanismo à parte para a velocidade máxima (1/400), o que só permite escolher esta velocidade antes de o obturador estar armado.
Hoje em dia:
Desde a sua criação em 1920, A Franke & Heidecke passou por inúmeras reestruturações, foi comprada e vendida por grandes grupos empresariais e declarou falência.
Actualmente temos duas empresas que resultaram destas “manobras” comerciais, uma delas é a Rollei GmBH que está ligada à imagem digital, principalmente no segmentos de gama baixa.
Felizmente também temos a “DHW Fototechnik”, uma empresa criada por antigos funcionários da Franke & Heidecke, que aposta em máquinas de médio formato de alta qualidade. Entre os modelos produzidos hoje em dia ainda de encontram 3 versões da Rolleiflex (já com alguns luxos modernos, como medição TTL).
Desde a sua criação em 1920, A Franke & Heidecke passou por inúmeras reestruturações, foi comprada e vendida por grandes grupos empresariais e declarou falência.
Actualmente temos duas empresas que resultaram destas “manobras” comerciais, uma delas é a Rollei GmBH que está ligada à imagem digital, principalmente no segmentos de gama baixa.
Felizmente também temos a “DHW Fototechnik”, uma empresa criada por antigos funcionários da Franke & Heidecke, que aposta em máquinas de médio formato de alta qualidade. Entre os modelos produzidos hoje em dia ainda de encontram 3 versões da Rolleiflex (já com alguns luxos modernos, como medição TTL).